Sunday, July 19, 2015

Sobre presbiterianos, cerveja e reforma

Algumas semanas atrás eu tive a oportunidade de participar de um encontro de jovens com alguns presbiterianos aqui da cidade. Gosto muito da Igreja Presbiteriana dos EUA. Apesar de me considerar anglicano, o culto presbiteriano é mais parecido com o que estou acostumado no Brasil e a quantidade de pessoas da minha faixa etária é consideravelmente maior. Mas aquele encontro não foi nada usual; nem para os padrões americanos.

A diferença já se anunciou pelo local escolhido para a reunião: uma famosa cervejaria local chamada Otto's, conhecida por comercializar algumas das melhores cervejas da região. A ministra de jovens me deu uma carona e, enquanto dirigíamos a caminho do Otto's, perguntou-me preocupada: "Você bebe?". Ela me abriu um largo sorriso quando respondi "Não bebia, hoje bebo de vez em quando."

Quando finalmente chegamos ao Otto's, nossa grande mesa - composta de um aglomerado mesinhas menores - já estava lotada, e não pude deixar de observar na primeira meia hora de conversa o que parecia ser um padrão entre aquelas pessoas: jovens entre 25 e 30 anos, estudantes de mestrado ou Phd, alguns, como eu, oriundos de outras igrejas, mas definitivamente todos portadores de uma serie de questões não resolvidas sobre a vida, sobre a fé e sobre Deus.

No começo eu achei que seria estranho participar daquilo. Nunca havia me reunido com o pessoal da igreja presbiteriana a não ser no culto matutino de domingo (para onde vou correndo assim que a reunião na igreja anglicana se encerra). Mas eu sabia que os presbiterianos locais, assim como os anglicanos e luteranos, estavam embarcados na recente onda de transformações que está ganhando parte das igrejas americanas. E era nisso que eu estava interessado.

O cristianismo progressista me atrai. Mas já tive experiencias desagradáveis no passado que me fazem muito duvidoso quando em meio a um grupo de cristãos progressistas. Algumas vezes, parece que a reunião é apenas de progressistas e o termo cristão fica esquecido em algum canto da igreja. Então fico observando. Ouvindo, refletindo, até me certificar de que encontrei substancialidade espiritual o suficiente para me sentir confortável - quão julgador e folgado eu sou, não é mesmo?

Mas o resultado daquela reunião me impressionou.


Depois de um super copo de uma cerveja artesanal com um toque de cidra, começaram as apresentações. "Oi, sou Romulo, sou brasileiro, estudante de Mestrado, engenheiro." Vi sorrisos e ouvi boas-vindas dos quatro cantos da mesa; a ainda uma avalanche de perguntas sobre a minha vida. Depois uma outra "visitante" foi apresentada. Ela declarou-se "dissidente" de uma igreja batista local e também recebeu calorosas boas-vindas.

Mais assuntos começaram a surgir, e quando eu esperava o início de uma conversa política e acadêmica tediosa, questões incríveis começaram a brotar das bocas dos meus recém-conhecidos amigos americanos: uma menina de cabelos castanhos falou sobre o racismo no Sul e como algumas denominações eram lenientes com aquele pecado; a bela moça de cabelos loiros e olhos azuis comentou que estava se mudando para outra região conhecida por ser mais conservadora, mas que já havia encontrado uma igreja na área que tinha visões mais progressistas e onde ela poderia cultuar a Deus de acordo com o seu entendimento. O rapaz gay ao meu lado comentou algo sobre estar há algum tempo naquela congregação e o cara "com muito jeito de nerd" do outro lado explicou um pouco sobre rubéola, Deus e o processo evolutivo  (>.<) : mais tarde viria a descobrir que ele tinha um título de Phd.

Depois vieram os comentários mais específicos a respeito de Deus. Os rostos daquelas moças e rapazes preenchidos com uma sensação bastante conhecida minha: a dúvida. Nós falamos sobre como Deus é um mistério que não entendemos. E a ministra de jovens fez um curto discurso.

"Deus é esse mistério que não podemos entender. É como a trindade. Três em um? Um em três? A vida cristã é um mistério. E a vida em si e um mistério. E é isso que tornam ambas bonitas."

Ela tocou no ponto-chave que me faz, dependendo da abordagem, ou me sentir "em casa", ou sair correndo pela porta como se tivesse sido tragado para uma versão evangélica de "The Walking dead". Havia dúvida ali. E a dúvida era permitida. A dúvida era aceita. A dúvida não era um tabu. "Fé sem dúvida não é fé, é convencimento", comentei em algum momento, ao que sorrisos cheios de empatia se abriram para mim novamente. O assunto seguiu: testemunhos foram compartilhados, piadas foram contadas e palavras de encorajamento foram trocadas. Ao final, embora um pouco sonolento com aqueles dois copos enormes  de cerveja, pude ouvir a ministra do outro lado da mesa orando para terminarmos e abençoando a moça loira que estava de partida. Nos despedimos, fomos embora, e eu fiquei com um gosto mais forte do que a cevada na boca. Havia um gosto de Reino que há muito tempo eu não experimentava. Voltei para casa com um pedaço do céu no coração. E aquilo me fez sentir pela primeira vez a densidade da aparente "reforma" sobre a qual há algum tempo tenho falado e ouvido falar.

Dizem que Reforma acontece quando diferentes pessoas em diferentes lugares começam a falar sobre coisas parecidas e revolucionárias.

Lutero falava na Alemanha e Calvino predestinava a Suíça ao paraíso, ao que bispos anglicanos pressionavam por separação da Igreja de Roma. E essa tem sido a percepção de alguns quando observa-se o que tem acontecido na igreja cristã de nossa era: de um lado, um choque cultural muito forte que está levando jovens entre 20 e 30 anos a abandonarem as confissões religiosas em números nunca antes vistos; e de outro, um movimento desses mesmos dissidentes, conhecido no Brasil como desigrejados, movendo-se em direção a praticas religiosas bastante diferentes da ortodoxia convencional.

Para exemplificar o caso dos Estados Unidos, o gráfico abaixo, publicado pelo Barna Group, revela o percentual de pessoas que se identificam como cristãos em cada geração de americanos. Esse gráfico tem assustado pastores, líderes, ministros de jovens, ministros de louvor, pais e mães com um dado gritantemente visível nos bancos das igrejas: uma grande parcela da nova geração, principalmente daqueles entre 16 e 29 anos, está deixando a igreja.

Hoje, cerca de 40% dos jovens americanos entre 16 e 29 não mais se identificam como cristãos. Os Estados Unidos são conhecidos (ou eram) como a maior nação cristã do planeta.

O Barna Group ainda tentou identificar principais razões de tantos jovens deixarem a igreja. Elas foram classificadas em seis categorias:

1 - O caráter controlador das igrejas.

Para a geração emergente, a igreja é super protetora e controladora, utilizando-se de técnicas baseadas no medo. Um quarto dos jovens entre 18 e 29 anos disseram que "os cristãos demonizam tudo fora da igreja" e 22% afirmaram que "a igreja ignora os problemas do mundo real." Ainda, 18% concordaram plenamente com a frase "minha igreja está preocupada demais com filmes, músicas e videogames."

2 - A experiência cristã é rasa

A nova geração acredita que sua experiência com o cristianismo tem sido rasa e diluída. Cerca de 31% disseram que a igreja é entediante. Cerca da 20% daqueles que tiveram alguma experiência com a igreja na adolescência afirmaram que "aparentemente, faltou Deus na minha experiência com a igreja."

3 - A igreja parece ser antagônica à ciência

Uma das maiores percepções da geração de jovens é que a igreja está desatualizada quando o assunto é ciência. Cerca de 35% dos jovens adultos afirmaram que "os cristãos são muito confidentes e pensam que sabem todas as respostas." 30% ainda concordaram que "a igreja está em descompasso com o mundo científico em que vivemos", 25% tinham a percepção de que "Cristianismo é anti-científico" e 23% reconheceram que estavam enfadados do debate "Criacionismo versus Evolucionismo". A pesquisa ainda descobriu que jovens cientistas cristãos estão lutando para se manterem fiéis a suas crenças e ao mesmo tempo a suas funções na indústria científica.

4 -  Jovens cristãos dizem que sua experiência na igreja relacionada à sexualidade foi simplista e julgadora.

Um dos grandes problemas para a geração emergente é como lidar com questões como "pureza sexual" e castidade numa cultura em que as pessoas estão se casando pela primeira vez aos 29 anos e não mais aos 19 anos. 17% dos entrevistados afirmaram "terem cometido erros e se sentirem julgados pela igreja." Entre católicos, 40% dos respondentes afirmaram que "os ensinamentos sobre sexualidade e controle de natalidade da igreja estão desatualizados."

5 - Há um desconforto com a natureza exclusivista do Cristianismo

Cerca de 30% dos jovens cristãos disseram que a igreja "tem medo das crenças de outras confissões" e 22% dos jovens adultos com alguma raiz cristã afirmaram que a "igreja é como um clube: apenas para os que são de dentro."

6 - Mas talvez nenhuma dessas razões seja tão forte e reflita de forma tão evidente a face da geração de cristãos que está fazendo as malas e deixando a igreja: a capacidade de questionar. Advindos de uma ambiente cujo acesso a informação alcançou níveis impressionantes (e continua a crescer), 36% afirmaram não poder fazer, dentro da igreja, "perguntas essenciais sobre a vida". Ainda, 23% afirmaram ter "dúvidas intelectuais sobre a fé.

E se os números dessa pesquisa ainda não acenderam um sinal vermelho na sua mente, talvez os dados seguintes ajudem a entender melhor:

87% dos jovens americanos não-cristãos veem o cristianismo como julgador.
85% dos jovens americanos não-cristãos veem o cristianismo como hipócrita.
78% dos jovens americanos não-cristãos veem o cristianismo como algo desatualizado.
75% dos jovens americanos não-cristãos veem o cristianismo envolvido demais em política.
91% dos jovens americanos não-cristãos veem o cristianismo como antigay.

Já entre os jovens que se declararam cristãos:

50% dos jovens americanos cristãos veem o cristianismo como julgador
50% dos jovens americanos cristãos veem o cristianismo como hipócrita
50% dos jovens americanos cristãos veem o cristianismo envolvido demais em política.
33% dos jovens americanos cristãos veem o cristianismo como algo desatualizado e desconexo da realidade.
80% dos jovens americanos cristãos veem o cristianismo como antigay.

Há uma luta ocorrendo dentro dos corações de parte da nova geração de cristãos.

E desta luta interna, talvez algumas boas respostas (ou tentativas de se fazer paz com as dúvidas) estejam saindo. E, quem sabe, talvez moldando uma nova forma de cristianismo.

Primeiramente eles se chamava emergentes. E no Brasil, o pensamento ganhou alguns aderentes. Todavia, quando ficou evidente que a mentalidade emergente ainda não alcançava o cerne da questão, outro movimento tomou forma e andou um pouco mais: o novo ramo dentro do Cristianismo não estava questionando a liturgia, nem estava procurando por uma forma de culto mais "Hippie" como aquelas dirigidas por Mark Driscol em sua campanha lamentável. Essa geração estava também questionando a teologia, a igreja, o literalismo seletivo, a ortodoxia e a si próprios. Lutando consigo mesmos sobre as doutrinas da igreja e tendo sérias dificuldades com a incapacidade de a Igreja lidar com o questionamento. 

Obviamente, toda a pesquisa do grupo Barna foi realizada dentro do contexto estadunidense, e com certeza haveria diferenças se a mesma tivesse sido realizada no Brasil. Mas vamos ser sinceros... Acho que essa "luta consigo mesmo" não está restrita a jovens cristãos americanos entre 20 e 30 anos que estão "deixando" a igreja. Afinal, quantos desigrejados brasileiros você conhece? O fenômeno da de transformação do Cristianismo pode parecer algo distante para nossos corações verde-amarelos, mas se observarmos mais atentamente os números, veremos que o percentual de evangélicos sem vínculo institucional saltou de 4% para 14% do número total de evangélicos entre 2003 e 2009.

E se formos sinceros, talvez observemos que, mais do que aparentemente, perguntas como as seguintes tem estado no fundo da mente de muitas pessoas, e às vezes em nossos próprios lábios:

1 - "Se temos 2 bilhões de cristãos no mundo e 5 bilhões de não-cristãos, quer dizer que só da geração contemporânea, teremos no mínimo 5 bilhões de pessoas queimando no inferno? 5 BILHÕES???"

2 - "O que aconteceu com meu amigo Pedro que se suicidou? A ortodoxia evangélica me diz que ele foi para o inferno. Mas a ciência me diz que ele estava doente, tinha depressão."

3 - "Estou namorando há 5 anos, mas não temos condições financeiras de nos casarmos pois só nos formamos na faculdade em 3 anos. Temos um relacionamento sério e estável e nos amamos muito. Nos últimos meses, decidimos manter relações sexuais. Perderemos a salvação por causa disso?"

4 - "Tenho dúvidas quanto aos escritos bíblicos. Será que houve alguma alteração ao longo da história? Será que alguma parte da Bíblia não foi alterada nesses quase 2 mil anos? E quanto ao cânon? Será que não há outros escritos da igreja primitiva que podemos usar?"

5 - "Minha melhor amiga é lésbica. Ela é muito legal e até vai à igreja de vez em quando. Será que ela vai pro inferno por ser lésbica? O pastor está certo quando a chama de abominação?"

6 - "Hoje aprendi sobre as escalas geológicas na aula de Geologia, mas na igreja aprendi que o mundo tem apensas 6 mil anos... Quem está errado nessa história? A Bíblia, a ciência ou a forma como eu interpreto a Bíblia?"

7 - "Hoje minha mãe faleceu. Ela se foi cedo. Teve câncer. Quanta dor. Quanto sofrimento. Deus, você esta aí? Você pode me ouvir? Por que você deixou isso acontecer? Você existe mesmo?"

Se você já se fez pelo menos duas dessas perguntas, talvez tenhamos mais coisas em comum do que pareça. E nós não estamos sozinhos, pois essa "fome e sede" por mudanças tem sido observada em várias partes do mundo e eventualmente produzido mensageiros; quem sabe até mesmo reformadores.

De repente, uma blogueira filha de pastor e crítica do evangelicalismo, chamada Rachel Held Evans, começou a ganhar notoriedade por suas postagens a respeito do literalismo seletivo e da ordenação de mulheres ao ministério. Rob Bell, pastor de uma megaigreja, deixou o ministério para embarcar numa jornada teológica que o levaria a questionar questões intocáveis para os evangélicos: da condenação ao inferno à inerrância das Escrituras. Enquanto isso, em Washington, D.C, Brian McLaren, conhecido pastor e teólogo, celebrava a união homoafetiva de seu filho e caminhava na direção daquilo que ele chama de uma "ortodoxia generosa". Em Denver, uma pastora luterana abre as portas da "Casa para todos os Santos e Pecadores" misturando a teologia luterana com elementos pós-modernos e radical inclusivismo. Em Chicago, um grupo de pastores metodistas iniciavam os trabalhos da frutífera Urban Village Church, numa busca radical por tornar a igreja novamente relevante dentro da sociedade.  Na Carolina do Norte, o Wild Goose Festival, evento cristão alternativo, reúne mais e mais pessoas a cada ano. Não bastasse, a famosa banda de música cristã Gungor - e sua associação "The Liturgists" -  lançava canções que desafiavam bastante a teologia ortodoxa com os títulos "God, our Mother" (Deus, nossa mãe) e "Beautiful Things" (Coisas bonitas). E a lista segue crescendo e vindo de todas as classes, posições políticas, raças e cores. Recentemente, grandes denominações como Luteranos, Presbiterianos e  Episcopalianos (anglicanos) tem, para todos os efeitos linguísticos, "embarcado nessa onda". Acho que vou precisar de escrever uma postagem só para apresentar essas pessoas em mais detalhes (ufa!).


Nadia Bolz-Weber, pastora luterana da igreja Casa para todos os Santos e Pecadores, em Denver, Colorado.


A Banda Gungor tem chocado o mundo evangélico com canções em que se referem a Deus como "Nossa mãe" (na parceria The Liturgists) e em que falam sobre a dúvida e a fé como "Beautiful Things" e "Vapor". (recomendo fortemente que cliquem nos links para as canções)


Um dos pontos de encontro da igreja metodista Urban Village Church, em Chicago. A igreja cresceu muito em pouco tempo e se dividiu em congregações que se reúnem em diferentes localidades de uma das cidades mais seculares dos Estados Unidos.


Congresso da juventude luterana, que tem dado cada vez mais espaço a pregadores como Nadia Bolz-Weber e Shane Claiborne. Se souber falar inglês, vai um vídeo incrível aqui: https://goo.gl/xKFwg2


Brian McLaren, teólogo reconhecido e escritor condecorado, tem sido uma das principais vozes teológicas desse novo cristianismo.


Rob Bell, pastor e escritor, tem desafiado a ortodoxia cristã em seus livros sobre céu, inferno e a danação eterna. Uma de suas maiores obras chama-se "O Amor Vence - Um livro sobre o céu, o inferno e o destino de todas as pessoas que já passaram pela terra"


Rachel Held Evans, escritora estadunidense, é uma blogueira popular e autora o best-seller do New York Times "A Year of Biblical Woomanhood" (Um ano de feminilidade bíblica), em que relata sua experiência de ter seguido, durante um ano, todas as instruções bíblicas destinadas a mulheres. Uma de suas postagens em português pode ser encontrada aqui: http://goo.gl/Lpq7wG


Igreja Episcopal (Anglicana) de São Gregório, em São Francisco, Califórnia. A igreja tem experimentado novas formas de celebração revisitando tradições dos cristãos primitivos.


Eu poderia combinar questões teológicas e litúrgicas, e como elas variam de acordo com o mensageiro para explicar um pouco mais sobre essa aparente reforma - e recomendo novamente o trabalho de Phyllis Tickle sobre o assunto. Mas acho que a experiência que tive com os jovens presbiterianos talvez seja mais explicativa do que qualquer posicionamento teológico que tentasse descrever. Sim, meus amigos, porque ali, sentado à mesa calvinista no Otto's, tomando aquela bela cerveja com toque de cidra, eu pude experimentar em primeira mão esse processo de transformação: havia ali pessoas de todos os tipos, minorias eram bem vindas, a ciência era bem vinda e acima de tudo, perguntas eram muito bem-vindas. O peso da fé inabalável era retirado das costas não só da ministra, como também dos fiéis. Admitir que talvez estivéssemos errados sobre aquilo tudo era "ok". Não acreditar em tudo era apenas "ok". Ali, entre cervejas e orações, entre discussões teológicas e revelações de medo e incerteza. Entre perguntas como "e se eu estiver errado" e "e se eles estiverem certos". Entre falácias pessoais e questões sobre o cristianismo, havia essa sensação de espiritualidade leve no ar; de que por Jesus, valia a pena tentar crer. E que pelos irmãos, valia a pena estar ali. E com a graça de Deus, nós continuamos nos reunindo e eu continuo contando os dias para nosso próximo estudo bíblico.

E torcendo para que ninguém traga Calvino à mesa, obviamente.

7 comments:

  1. "Mas talvez nenhuma dessas razões seja tão forte e reflita de forma tão evidente a face da geração de cristãos que está fazendo as malas e deixando a igreja: a capacidade de questionar."
    Sensacional o texto! De fato precisamos reavaliar as intencionalidades das quais a igreja instaurou e instaura o controle às mentalidades sociais provocando e disseminando o senso comum e não a provocação da dúvida, do espanto, do questionamento aos seus dogmas, as suas leis... Enfim, percebe-se que é mais fácil um povo que não questiona, dominável aos que querem e pensam e tendem a se posicionar diante do que não cabe nelas e a elas. Precisamos de cristãos que são capazes de conviver entre os simples e sem estudos, cultura, mas precisa-se um tanto mais de cristãos que não engolem aos baldes aquilo que é imposto, mas que se questione essas imposições. Não estamos mais na era dos calados e condicionados a algo ou alguém...

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  2. Ciencia vs Fé:
    1 Timóteo: 6. 20. Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, evitando as conversas vãs e profanas e as oposições da falsamente chamada ciência;
    Hebreus: 11. 1. Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem. 3. Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê.

    Eu ainda prefiro crer no que a bíblia diz. A chamada falsamente ciência vai tentar explicar a criação da vida e a origem do mundo até o final do armagedon, e não conseguirá.. Poderá mudar de teorias, e as novas teorias serão aceitas (como as antigas o foram). E os crentes que deviam crer na palavra de Deus (muito embora não entendamos algumas coisas) preferem acreditar numa teoria de milhões de anos (que poderá se tornar triliões ou milhares de anos no futuro) ao invés de o que está escrito na bíblia.



    Mulher ensinando:
    1 Timóteo: 2. 11. A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. 12. Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio. 13. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. 14. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão;

    Paulo não estava falando de lei, e sim de um período "pre-alianças", ou seja, algo atemporal.



    Quanto à questão de bebidas e demais coisas:
    Romanos: 14. 21. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece.

    Não julgo errado beber (desde que não se embriague - qual é o limite? Eu prefiro nem arriscar começar).
    O fato é: será que algum irmão pode tropeçar ao ler esse artigo? Se não, ignore meu comentário. Se sim, vamos rever as coisas que publicamos.



    Por fim, a transformação:
    Romanos: 12. 2. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.

    Bem, creio que a vontade de Deus não é que sejamos conforme (com a forma) este mundo. Tanto q Paulo diz às mulheres de certa cidade para não rasparem a cabeça (pois as meretrizes o faziam e as servas d Deus não poderiam ser confundidas com as mulheres depravadas desse mundo).
    De igual forma, creio que não é bom que o homem se envolva com práticas do mundo, mesmo que não se esteja pecando, pois devemos evitar a aparência (quem olha de fora) do mal.



    O último conselho que deixo é: se vocês estão em paz com Deus, amém - Deus o sabe.
    Mas não queiram adaptar (conformar) outros crentes com aquilo que vocês acham correto.
    Deus não precisa de nova concepção do evangelho.
    Não precisa de atrações para trazer jovens (e até mesmo adultos) à sua presenca.
    Pois é o mesmo Espírito que começa a obra em nós e que a aperfeiçoa a cada dia em nossas vidas.

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  3. Enquanto isso voltemos a afirmar que as mulheres quando em período menstrual fique recolhida pois assim ela não está contaminada, bem como se um olho te fizer pecar arranque-o... Enfim, ao pé da letra é fácil ser manipulador, principalmente quando não questionamos até mesmo aquilo que seguimos. Não como forma de levar tropeço a alguém ou a si mesmo, mas como seres pensantes que somos. Não como negativa a Deus, mas como forma de uma intensidade maior de encontro com ele. Contudo, há quem postará um versículo bíblico, solto, sem ser intepretado de forma a averiguar os costumes da época, suas formas de viver entre outros meios que um bom teólogo, um filósofo e historiador deve considerar. Mas pela forma a qual a sociedade da época e a atual (hj bem menos) fora e é manipulada.
    Enfim, pensar que a ciência negue a existência de Deus é algo que não seja ideal, mas ser manipulado pela existência de um Deus punitivo seria o contraposto da ideia de Salvação pelo qual o próprio Deus nos deu Jesus.

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  4. Desculpem os erros de português, mas do celular é impossível revisar o texto. Rsrsrss

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  5. Ok então. Vamos viver menos doutrina e mais graça.
    Afinal de contas, pra que doutrina, se Cristo manifestou sua graça para nós?

    O que foi comentado no último post foram ordenanças da "lei" (do velho testamento).
    Já no post anterior, todos os versículos citados acima estão no novo testamento.

    Quer se dizer que o novo testamento só vale para a época que foi escrita? Nos vivemos o que? O neo-novo testamento? Onde temos apenas a graça e as considerações convenientes do novo testamemto?
    Em que há um Deus não punitivo (aliás, onde estão as referências?) e não devemos nos importar com a forma de vida, pois o sangue já nos perdoou de todos os pecados.

    Eu não entendo assim. Quem quer entender, se verá com Deus e não comigo. É ele quem julga.

    Se eu obedecer a palavra de Deus, eu estou, na pior das hipóteses, correto.
    Se eu não seguir as doutrinas da palavra de Deus e fizer uso tão somente da graça.. é, prefiro nem pensar nessa possibilidade.

    Por fim, a bela ciência. Que em tudo quer afastar o homem de Deus.
    Que diz que o homem foi formado do caos, que o universo foi "criado" (explodido ou seja lá o termo que eles usam) há bilhões de anos.
    Creio que a ciência nem pode ser chamada ateia, mas sim oprimida (pra não dizer outras coisas).
    Quem quiser acreditar, vá fundo. Só cuidado com o conselho que Paulo deixa a Timóteo.

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  6. Então que venham os julgamentos, de Deus é claro!
    E como a ciência questionariam: "Se Ele existir!"

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  7. Rômulo, adorei o texto! Me identifiquei bastante. Por acaso você modera ou escreve o Engrenagens Humanas?

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